segunda-feira, 19 de março de 2012

Panorama da Carreira: Geografia na Unesp, por Ishikawa


Daniel Ishikawa cursou o Gauss em 2004 e 2005. Foi aprovado na Unesp de Ourinhos, onde estuda Geografia.

O Curso de Geografia é prazeroso. É claro, dá para dar de cara no muro com algumas coisas; já tive muitas decepções nestes anos de faculdade. Campus pequeno (todos vão pensando que vão encontrar uma unidade enorme, como Bauru, ou ainda uma Cidade Universitária, mas encontram apenas três pequenos prédios). Só que a faculdade é cada um que faz. E, de mais a mais, é tudo um aprendizado. Esse é o maior legado dessa vida universitária. Ainda mais se tratando de um campus a uns 500km de distância de casa. Sabe esse papo de "Deixar o ninho e levantar voo"? Então, é mais ou menos isso. É claro, daria pra fazer isso sem ser, necessariamente, por causa de estudos, mas acho que sair de casa pra estudar é o que mais me faz parecer algo que valeu a pena. Também descobri que a geografia é muito mais do que "Geografia Física" e "Geografia Humana" (Na verdade, essa divisão nem existe...), que é algo muito mais enraizado. Enfim, descobri que eu não sei nada de geografia.
Na Unesp de Ourinhos, benefícios existem. E não são poucos. Dentre as bolsas de auxílio para a manutenção do estudante, existem PROEX, CNPQ, FAPESP, PAE e outras siglas de significado desconhecido. Não há moradia nem bandejão, mas acho assim melhor – a
unidade só tem um curso e mal tem seis turmas, cada uma com uns trinta alunos; construir uma estrutura dessas para um campus pequeno é bobagem e um gasto exagerado demais.
Ourinhos é uma cidade pequena (menos que Atibaia em termos de área urbana e população, se não me engano). Um marasmo a cada fim de semana... Em termos práticos, imagine Atibaia, só que sem os turistas.

UNESP de Ourinhos

 O que faz valer a pena cursar uma pública é o dinheiro, antes de qualquer coisa. Pagar mensalidade não rola. Tá certo que tenho aluguel e contas todo mês, mas ainda assim são pequenas se comparadas às mensalidades de particulares. Em segundo, a qualidade de ensino (a infraestrutura é outra história). Cursos de dois anos e por aí vai são uma agressão à inteligência. Por fim, o nome que a envolve. Quem você contrataria para a sua empresa: um candidato formado pela UNIP ou um formado pela USP?
Não há dúvida. Ademais, pesquisa é o forte das universidades públicas. O que acontece é que pesquisa não possui apelo visual impactante e de curto prazo, como um prédio novo cheio de vidros polidos e brilhantes, como os da UNIP. E é por isso que pouca gente fora do meio universitário sabe desse diferencial da universidade pública. Acredito que seja isso.
           

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