segunda-feira, 19 de março de 2012

Resenhas - Jornal do Gauss 2

Resenha de música: Um pouco da história do Rock/Metal
(Valmir, professor de Geografia, Atualidades e Geopolítica – cursa Geografia no IFSP)

Não há como entender o nascimento do Heavy Metal sem antes falar do Blues e do início do Rock`n Roll, pois todos provém de uma mesma origem, a cultura negra estadunidense. 
O Blues é conhecido como o lamento dos negros, uma forma que eles encontraram para se expressar sobre a realidade que viviam no início da década de 1930. Sua origem remonta ao começo do século XX, quando os cantos dos escravos nas lavouras de algodão passaram a ser reconhecidos como música propriamente dita (obviamente essas canções eram antes cercadas de preconceitos étnicos vindos de uma elite branca). Do canto passou-se a uma música na qual o violão era mais utilizado - dessa mistura nasceu o Blues que, como dito acima, vai representar o canto dos negros nos Estados Unidos. É com Robert Johnson que o Blues vai ganhar uma pequena notoriedade, influenciando assim demais músicos, como Howling Wolf, por exemplo.
Esse Blues se desenvolve, ganhando mais dinamismo e mais ritmo - por esse motivo, o novo gênero musical será chamado de Rythim and Blues. A partir daí, o blues, outrora melancólico, vai incorporar a malícia e a sensualidade do negro. Quando surge o grupo Muddy Waters, este estilo se tornará um incremento à vida cultural das elites brancas estadunidenses, o que será um problema a partir do final da década de 50 e início da década de 60. Nesse período os músicos Bill Haley, Chuck Barry e Little Richard vão se tornar muito influentes, passando a tocar cada vez mais nos nichos de cultura da elite branca. A exemplo pode-se citar o caso de Chuck Berry, que teve a maioria de suas músicas vendidas a músicos brancos, para que esses ganhassem fama com suas composições. 



O Rithym and Blues mesclado à música country e à música pop, muito representativas da elite branca, vai dar origem então ao Rock`n Roll, cuja tradução remete à sensualidade e ao sexo. Na figura de Bill Haley o Rock terá seu marco inicial, mas é com Elvis que este estilo musical será batizado e distribuído pelo mundo. Como dito acima, o Rock`n Roll tem sua origem na música negra e foi muito tocado por essa camada da população estadunidense.
O Rock`n Roll, agora instituído, vai passar à década de 60 sem grandes mudanças, mas a partir de 1970 vai ficar mais pesado e crítico. O Flower Power* perde força e uma nova geração de bandas passa a descrever o mundo como de fato ele é.  
Nesse contexto surge a banda Black Sabbath, os pais do Heavy Metal. Influenciados pelo blues e pelos Power trios (Cream e Jimi Hendrix), os quatro ingleses de Birmingham (Ozzy Osbourne, Bill Ward, Geezer Butler e Tony Iommi) vão colocar mais peso na guitarra, mais melodia e dramaticidade nos vocais (como no blues) e o enaltecimento do bizarro, do pessimismo e do assustador nas letras. Este passa a ser o retrato de um mundo onde os turnos nas fábricas inglesas chegava até 18 horas por dia, onde os trabalhadores eram mal remunerados, tendo de viver em um ambiente cinzento e cruel. Mediante tal realidade, a Black Sabbath se pôs contra os Hippies, espalhando por todos os cantos que o lema Paz e Amor eram impossível.
O estilo desenvolvido pela banda chamou a atenção de jovens de outros países industrializados, que montaram suas bandas nos mesmo moldes. Este fenômeno ocorreu no Japão, na Suécia e nos Estados Unidos, ganhando maior reconhecimento nos anos 80, quando uma nova geração de músicos vai mudar mais uma vez o estilo, acrescentando mais melodia, peso, novas influências e mudanças nas canções que influenciam até os dias de hoje aqueles que possuem bandas ou que admiram o estilo.
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*O Flower Power é o movimento Hippie do final dos anos 60, que juntamente com as manifestações do maio de 68 na França e a Tropicália no Brasil, representou a manifestação da juventude contra uma velha e gasta ordem. No caso particular dos Hippies, a contestação era em prol do fim da guerra do Vietnã. Vale ressaltar o famoso lema “Paz e amor”, que marcou uma geração.

Resenha de filme: Medianeras – o cinema argentino muito além do mediano
(Carina – Produção e Interpretação de Textos)

Para os brasileiros viciados em Hollywood, que, no máximo, vez por outra assistem a uma produção nacional, fica a dica: compensa dar uma passada pelo cinema vizinho também. Uruguai, Argentina, Bolívia e tantas outras nações latinas conseguem produzir filmes de qualidade e conteúdo – “Medianeras” é a prova.
 Não se trata de uma produção fenomenal – pelo contrário, todo o enredo é bem simples. Aos poucos vamos conhecendo os dois personagens centrais da obra, ambos muito solitários e decepcionados com a vida. Contudo, a forma de contar a história pessoal (e até um tanto banal) de cada um dos protagonistas é o charme do filme. Com foco na descrição de sentimentos e sensações, a obra consegue propor diversas reflexões sobre o ser-e-estar no mundo por meio de sua narrativa.
Os detalhes compõem grande parte da história, obrigando o espectador a ficar mais atento às pequenas coisas, tornando-o mais sensível. Apesar de ser apenas mais uma história de amor no século XXI, consegue escapar de muitos clichês do gênero. É uma boa pedida.           

 


Suplemento Literário - Jornal do Gauss 2

Ira
(Beatriz Ikeda – Gerontologia na Ufscar)

Era Ira, não a Iracema dos lábios de mel. Era só Ira.
A menina das vestes surradas, pés sujos e cabelos mal penteados. Que nasceu sem um teto e agora é acolhida pelas estrelas.
Corre mais rápido do que um tigre em meio a becos para fugir da polícia, devido ao roubo de um pão, pois ninguém lhe dá de comer.
A garota revoltada com a sociedade que, ao invés de lhe ajudar, simplesmente a marginaliza.

Mãos estendidas
(Beatriz Soares – Ed. Física na Unicamp)

As mãos estendidas abrem-nos o pensamento para refletirmos sobre o tanto o que podem expressar.
Parecem mãos que ajudam, mãos que de ajuda necessitam. Mãos que dão ou que querem receber.
Mãos calejadas pelo trabalho árduo e irreconhecido durante toda a vida. Agora, recolhem as lembranças que lhes cabem - cada calo uma história, cada história uma saudade e a cada saudade a esperança de um dia chegar ao término da vida e saber que estas mãos, que por diversas vezes já acalentaram, corrigiram, espalmaram, chegarão a ter no leito social e familiar o descanso merecido e esperado, e não ficarão pelas filas burocráticas da vida aguardando a sua vez de serem recompensadas, enfim, pelas mãos do destino.



O homem e o violoncelo
(Daiane Damaris – Fonoaudiologia na Unesp)

Mesmo estando em uma grande cidade, sentado em uma ponte a mostrar sua arte, ninguém parou para ouvi-lo, ou melhor, ninguém teve tempo, e por esse motivo não notaram a sua canção.
A noite caía e ele continuava a tocar seu lindo e sereno violoncelo, e as únicas que lhe pararam para lhe fazer companhia foram a tristeza e a solidão.

A sociedade e suas mentiras
(Jéssica de Almeida – Administração na FEI)

Desde seu nascimento, Vitória fora ensinada a ser verdadeira. Em sua casa mentir era o maior pecado.
No período escolar, Vitória preferia entregar as avaliações em branco a colar. Mesmo quando tentava contar uma pequena mentirinha, era como se algo a travasse, lembrando-lhe do que seus pais lhe diziam.
Evitava até visitar pessoas doentes, pois não conseguia fazer uso do código ético e tentar ser delicada. Para ela, mentira sempre era mentira, não importando se era para o bem ou para o mal.
Amigos foram se perdendo. E Vitória se via sozinha. Nem seus pais suportavam tanta sinceridade. Eles, que a ensinaram a não ser hipócrita, já não a toleravam.
Vendo-se nesta situação ela resolveu ser agradável. Passou a sempre elogiar as pessoas para ser gentil. A dizer constantemente o que todos gostavam de ouvir.
Sua credibilidade estava cada vez maior diante da sociedade daquele município. Seu nome agora concorre à prefeitura da cidade. Afinal, suas mentiras são o que a população quer escutar.


Vestibulares em foco - Bolsas moradia


Muitas universidades públicas oferecem a bolsa-moradia como uma maneira de incentivar os alunos de baixa renda a prosseguirem seus estudos. Não são todas as instituições que ofertam alojamento gratuito; portanto, se você depende deste benefício, pesquise bem antes de escolher quais vestibulares irá prestar. É preciso também não fazer generalizações: como algumas universidades possuem vários campi, alguns deles podem dar acesso a certas bolsas e outros não.
Geralmente, o aluno passa por uma avaliação socioeconômica na qual são examinados sua renda familiar, a distância do trajeto entre a faculdade e sua casa, casos de doença na família, se vive em imóvel próprio ou alugado, etc. Se aprovado neste processo, ele passa a ter direito a morar gratuitamente na universidade durante sua graduação. Confira a seguir a descrição de alguns gauseanos que obtiveram este benefício.

Carina, professora de Produção e Interpretação de Textos (curso – Letras na USP):

A USP Butantã possui o alojamento provisório (para os alunos que não têm onde morar enquanto aguardam pelo resultado da avaliação socioeconômica) e o Crusp (Conjunto Residencial da USP). Caso consiga ser aprovado neste último, o aluno ganha direito à vaga em um apartamento (com 3 ou 6 quartos individuais; cozinha e lavanderia coletivas) durante a graduação inteira, sem pagar aluguel, água, luz ou telefone (ligações para a cidade de São Paulo) e com salas de tv e de computadores coletivas. Há também uma horta, um local para crianças e alguns outros espaços de uso comum nos prédios.

Conjunto Residencial da USP Butantã

Como não são muitas as vagas no Crusp, outra opção é concorrer ao auxílio-financeiro de R$ 300,00 e utilizá-lo para ajudar a custear uma república.
Eu fiquei no alojamento coletivo enquanto esperava sair minha vaga no Crusp durante 6 meses – era um quarto enorme com 9 beliches. Consegui meu quarto oficial só na terceira chamada, não porque eu não seja pobre o suficiente, mas porque muita gente mente na avaliação socioeconômica e acaba passando na frente de quem realmente precisa. Mas no fim tudo dá certo – e quando já há uma rede de gente do Gauss na faculdade, os problemas com moradia diminuem bastante. Afinal, casa de gauseano, na universidade, é igual coração de mãe.

Bruna, ex-professora de Gramática (curso – Letras na Unicamp):

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) oferece aos alunos de graduação e pós-graduação vagas no Programa de Moradia Estudantil (PME), mais conhecido como Moradia, localizado em Barão Geraldo - Campinas.
A Moradia conta com cerca de 900 casas, e cada uma delas acomoda 4 estudantes. As casas são compostas por sala, cozinha, quarto e banheiro. Além das casas, a Moradia tem ainda áreas comuns, como pequenos quintais entre as casas, salas de estudos, centros de convivência (salões reservados para confraternizações, realização de assembleias e para o funcionamento do cursinho pré-vestibular Proceu) e área de lazer, com parquinho para crianças e um campinho de futebol. 

Moradia na Unicamp

A seleção dos estudantes que vivem na Moradia é feita através de critérios socioeconômicos, com base em cálculos realizados a partir da renda familiar de cada estudante. Para pleitear a sua vaga, o estudante deve agendar uma entrevista com uma assistente social do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e apresentar documentos que comprovem sua situação econômica.
Para casos excepcionais de alunos que devem ocupar uma vaga na Moradia mas são impedidos por algum motivo e também para os estudantes dos campi de Limeira e Piracicaba, é oferecido o auxílio-moradia, um valor mensal de R$ 300,00 pago pela Universidade a fim de auxiliar o aluno nas despesas com aluguel.
Desde o primeiro dia da minha graduação moro na Moradia. Considerando o alto custo de vida de Barão Geraldo, a minha permanência na Universidade só foi possível graças a esse programa.

Mariana, ex-presidente do Gauss (curso – Biologia na Ufscar):

Na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), a moradia é dividida em blocos: são 7 no total e cada um possui aproximadamente 12 apartamentos. 
Os apartamentos são grandes, com 3 quartos (e cada quarto com 3 pessoas), o que totaliza 9 moradores em cada um. O banheiro tem 3 divisórias, sendo 2 com vaso sanitário e 1 com chuveiro, pia e espelho grandes. Parece estranho, mas a arquitetura dos prédios universitários sempre é um tanto singular... Por fim, há espaços em comum também, como a cozinha.

Moradia na Ufscar
 Para conseguir a bolsa-moradia é toda aquela burrocracia de sempre. Ao contrário de outras universidades, na Ufscar ela tem que ser solicitada anualmente.

Dossiê – Reforma Ortográfica


2012 chegou. Na virada, surgiu a dúvida: é um ano bem-vindo ou bem vindo? Melhor foi deixar a questão de lado e aproveitar o momento para desejar a todos um “Feliz Reforma Ortográfica!”, com muitos hífens, muitos acentos e, principalmente, muita memória para decorar as regras novas da língua. Este dossiê procura ajudar aqueles que resolveram passar o Reveillon com a ideia de deixar o Acordo Ortográfico para depois – mal sabendo que a “ideia” já segue a nova regra.

Despedida do trema
(Autor Anônimo)

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de  lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois pontos disse que  sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.  Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W – "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, para o qual ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que, aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem. Vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema.



Frases

Dica do dia: Nunca trema em cima da
linguiça.

 "Deveriam ter aproveitado a reforma
 ortográfica para substituir o
 chapeuzinho por algo mais moderno."
 (Luis Fernando Verissimo)

 “Estou me sentindo culpado. Nunca
 usei o trema. Desde que aprendi a
 escrever – sem piadas, por favor –,
 ignorei o trema.(...) Mas com a nova
 reforma ortográfica, o trema vai
 desaparecer. E eu fiquei com
 remorso.” (Luis Fernando Verissimo)

 “É preciso ter mais tolerância com a
 Reforma Ortográfica. Quando era
 pequeno, eu aprendi a reescrever a
 palavra ‘mãe’ diversas vezes – com ‘e’
 e com ‘i’ no final. Não tem
 importância, a mãe era a mesma.”
 (José Saramago)

 “Não me reconheci em algumas das
  razões que foram invocadas para
 chegar a este acordo (...)Mas não
 faço guerra (...) As nossas guerras
 são outras, é perceber porque é que
 nós, países de língua portuguesa como
 Portugal ou Moçambique, estamos tão
 distantes do Brasil. (Mia Couto)

In memoriam
(Ricardo Freire)

(...) O Brasil – de maneira unilateral – adotou a reforma ortográfica. Você provavelmente já se acostumou. Tudo o que na estreia parecia uma má ideia foi gradualmente absorvido. A falta de circunflexo em algumas palavrinhas já não lhe causa mais enjoo. E você já dorme tranquilo sem fazer questão daquele sinalzinho rastaquera, o trema. Aviões caíram, a nova gripe se alastrou, os escândalos do Senado não param de pipocar, Michael Jackson morreu – ninguém mais tem tempo ou paciência para discutir acento diferencial e regra do hífen. Só os muito conservadores, muito saudosistas e muito pentelhos ficam lamentando o fim do acento agudo no tritongo aberto.
Presente! Sim, eu sou um desses cricris que não se conformam e se vestem de preto e mandam rezar missa toda sexta-feira em memória do chapeuzinho de “voo”. E a rapidez com que todos os que estão à minha volta aceitam tudo isso só faz aumentar a minha depressão.
O que dói mais (com acento, felizmente) é o fato de todo esse quelelê (e aí? Pronuncia-se o “u” ou não?) ser absolutamente inútil.(...)
Enquanto isso, nós aceitamos sem nenhuma resistência que (...) o português escrito por aqui ganhe mais um verbo defectivo. Refiro-me ao verbo “parar”, que já não se pode mais conjugar em várias situações. Eu paro, nós paramos, eles param – mas a gente interrompe, você freia e ele dá uma paradinha.
Devia ser como o serviço militar, de onde você pode escapar alegando objeção de consciência. Se a Bahia pode ficar de fora do horário de verão, por que eu não posso ficar de fora do acordo? Estou montando um dossiê (...) quando escrever do jeito antigo der cana, vou pedir asilo ortográfico à França.
  
 

Panorama da Carreira: Geografia na Unesp, por Ishikawa


Daniel Ishikawa cursou o Gauss em 2004 e 2005. Foi aprovado na Unesp de Ourinhos, onde estuda Geografia.

O Curso de Geografia é prazeroso. É claro, dá para dar de cara no muro com algumas coisas; já tive muitas decepções nestes anos de faculdade. Campus pequeno (todos vão pensando que vão encontrar uma unidade enorme, como Bauru, ou ainda uma Cidade Universitária, mas encontram apenas três pequenos prédios). Só que a faculdade é cada um que faz. E, de mais a mais, é tudo um aprendizado. Esse é o maior legado dessa vida universitária. Ainda mais se tratando de um campus a uns 500km de distância de casa. Sabe esse papo de "Deixar o ninho e levantar voo"? Então, é mais ou menos isso. É claro, daria pra fazer isso sem ser, necessariamente, por causa de estudos, mas acho que sair de casa pra estudar é o que mais me faz parecer algo que valeu a pena. Também descobri que a geografia é muito mais do que "Geografia Física" e "Geografia Humana" (Na verdade, essa divisão nem existe...), que é algo muito mais enraizado. Enfim, descobri que eu não sei nada de geografia.
Na Unesp de Ourinhos, benefícios existem. E não são poucos. Dentre as bolsas de auxílio para a manutenção do estudante, existem PROEX, CNPQ, FAPESP, PAE e outras siglas de significado desconhecido. Não há moradia nem bandejão, mas acho assim melhor – a
unidade só tem um curso e mal tem seis turmas, cada uma com uns trinta alunos; construir uma estrutura dessas para um campus pequeno é bobagem e um gasto exagerado demais.
Ourinhos é uma cidade pequena (menos que Atibaia em termos de área urbana e população, se não me engano). Um marasmo a cada fim de semana... Em termos práticos, imagine Atibaia, só que sem os turistas.

UNESP de Ourinhos

 O que faz valer a pena cursar uma pública é o dinheiro, antes de qualquer coisa. Pagar mensalidade não rola. Tá certo que tenho aluguel e contas todo mês, mas ainda assim são pequenas se comparadas às mensalidades de particulares. Em segundo, a qualidade de ensino (a infraestrutura é outra história). Cursos de dois anos e por aí vai são uma agressão à inteligência. Por fim, o nome que a envolve. Quem você contrataria para a sua empresa: um candidato formado pela UNIP ou um formado pela USP?
Não há dúvida. Ademais, pesquisa é o forte das universidades públicas. O que acontece é que pesquisa não possui apelo visual impactante e de curto prazo, como um prédio novo cheio de vidros polidos e brilhantes, como os da UNIP. E é por isso que pouca gente fora do meio universitário sabe desse diferencial da universidade pública. Acredito que seja isso.
           

Quiz - USP


Quanto você sabe sobre a Universidade de São Paulo?

1. USP e Fuvest são a mesma coisa?
Não. A Fuvest é a sigla de Fundação Universitária para o Vestibular. Trata-se de uma instituição autônoma responsável pela preparação das provas da USP (Universidade de São Paulo) e FCMSC – SP (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo). Até 2010 a Fuvest também era responsável pelas provas de ingresso da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, que agora estão sob o controle da Vunesp (instituição que prepara os vestibulares da Unesp, Ufscar, Unifesp, UEA, além de provas de concursos públicos e de ingresso em faculdades particulares).

2. A USP só existe na cidade de São Paulo?
Não. Apenas na cidade de São Paulo, além da Cidade Universitária (localizada no Butantã) existem os prédios independentes das faculdades de Saúde Pública, Medicina, Direito e Enfermagem, ademais do campus da USP Leste. Em outras cidades, há campi da USP em Bauru, Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba, Pirassununga e Lorena. Para saber que cursos são oferecidos em cada local, veja o link http://www5.usp.br/institucional/a-usp/campi/ .

Camila, uma das gauseanas aprovadas na USP em 2012

3. Como decidir que carreira prestar no vestibular da Fuvest?
Uma boa dica é conhecer quais disciplinas serão estudadas na faculdade. Muitas vezes, nos deixamos levar por estereótipos na hora de escolher a carreira e não fazemos a melhor opção. Vocês sabiam, por exemplo, que no curso de Letras não se estuda gramática?  Que no curso de arquitetura se estuda história? Que no curso de Filosofia se estuda muita matemática? Para saber exatamente quais matérias são exigidas em cada faculdade na USP, consulte https://sistemas.usp.br/jupiterweb/jupColegiadoLista?tipo=D .

4. Passei na USP. E agora, José?
Aos estudantes de baixa renda a USP oferece várias bolsas de auxílio para a permanência na universidade. Os benefícios ofertados variam conforme o campus – por isso é necessário pesquisar bem todas as informações sobre o local em que você pretende cursar sua faculdade e descobrir como funciona a assistência social por lá.
Na cidade universitária do Butantã, por exemplo, os benefícios disponíveis são bolsa-moradia, bolsa-alimentação, bolsa-livro, bolsa-auxílio financeiro, além de oportunidades de estágio remunerado. Para saber mais, acesse http://www.usp.br/coseas/COSEASHP/COSEAS2010_DPS.html e também confira o quadro ao lado, que descreve os benefícios de cada campus USP.

Onde há um X, o respectivo benefício não existe. 

5. Como é a prova da Fuvest?
Na primeira fase (um dia de prova), são 90 questões de alternativas e 5 horas de avaliação.  Na segunda fase, são 3 dias de prova (4 horas cada), a saber:
1º dia – 10 questões dissertativas de Português e 1 Redação;
2º dia – 16 questões dissertativas de História, Geografia, Matemática, Física, Química, Biologia, Inglês. Cada questão poderá abranger conhecimentos de mais de uma disciplina;
3º dia - 12 questões dissertativas de duas ou três disciplinas (6 ou 4 questões de cada), de acordo com a carreira escolhida.

Jornal do Gauss 1 - Resenhas

RESENHAS DE FILMES

Hugo – quando as ideias acabam, é normal olhar para trás


(Sérgio Tück – Professor de Artes)


A Invenção de Hugo Cabret (esse nome em português é mais um daqueles títulos medíocres escolhido por alguém que definitivamente não assistiu ao filme) é uma boa produção, que retrata a Paris dos anos 30 e remonta a um período áureo do cinema, antes das falas e até da televisão. Filho de um relojoeiro (Jude Law), Hugo logo se encontra em uma situação extremamente delicada e difícil, na qual tem de aprender a levar a vida de forma dura e solitária, morando dentro do relógio da estação de trem.




A parte técnica do filme é realmente muito boa, com efeitos visuais bem bacanas, uma ótima fotografia e toda uma produção que lhe traz muita leveza e dá ao espectador a sensação de que está flutuando. Dizem os especialistas que isso tudo é pensado e realizado por um dos "gênios" do cinema, Martin Scorcese (quem viu “Os Infiltrados” e o “Internal Affairs” sabe que ele não é tão gênio assim.. e que talvez só agora tenha começado a CRIAR suas próprias obras). Os 5 Oscars que conquistou foram merecidos.

As atuações são todas bem bacanas, o garotinho e sua amiga interpretam muito bem os papéis, principalmente a garota, uma menina meio entediada ávida por aventuras. Sacha Baron Cohen (o Borat) também faz um papel bem legal como o inspetor da estação, junto do seu fiel dobberman, e por fim, atua muito bem o Ben Kingsley no papel do homem da oficina de brinquedos!

Quanto à história, apesar de ser bem bacana e bem contada até, poderia ter trabalhado mais alguns pontos, como o próprio personagem Hugo e o drama do Papa Georges, mas o início muito longo atrapalha um pouco.

Pelo que foi dito, é um filme para ser visto em 3D e a apesar de não ser uma daquelas aventuras explosivas cheia de efeitos chucros como “Transformers” e essa bacalhoada toda, foi tido como o primeiro filme realmente e verdadeiramente 3D! Mas isso só quem for ver pode comprovar, eu realmente não tive a oportunidade de vê-lo nas três dimensões.

Resumindo o filme, assim como o outro grande vencedor do Oscar, O Artista, olha pra trás, conta com os olhos de uma criança os primórdios do cinema, inclusive com amostragens bem legais dos primeiros filmes feitos. É um filme bem interessante por seu conteúdo, e com um visual bem bacana! Apesar de a história ter algumas falhas ao meu ver, elas não prejudicam muito um filme que pode ser visto por qualquer um... Vale a pena.

Inquietos – Que seja doce enquanto dure...

(Carina – Professora de Produção e Interpretação de Textos)


Inquietos consegue ser um título-sinopse perfeito para esta recente obra do diretor Gus Van Sant. Novamente ele tematiza a juventude pelo seu viés trágico (só para lembrar: o diretor produziu Elefante, filme sobre o massacre da escola Columbine). Entretanto, aqui a dor dos adolescentes é outra, mais profunda: enquanto o protagonista Enoch tenta superar a perda dos pais, a personagem Annabel é obrigada a encarar a sua própria morte de perto, ao descobrir que o câncer que tem é fatal.



Depois de um encontro casual (que não poderia acontecer em outro lugar que não um velório), os dois jovens passam a compartilhar vivências e experimentam sensações ainda não testadas. Enquanto descobrem avidamente a juventude, sabem que a morte lhes espia de todos os cantos. O fim de Annabel se aproxima na medida em que cresce o amor entre os dois protagonistas.

É um filme excelente, para assistir com a caixa de lenços de papel do lado. No entanto, não esperem por um sentimentalismo barato: o diretor tira sarro de qualquer tentativa neste sentido. Não se trata também, em nenhum momento, de uma obra fácil: é preciso desprendimento da lógica cartesiana para entender a narrativa que brinca com o fantástico a todo o momento.

Doce e intenso como a juventude. Imperdível.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Suplemento Literário - Jornal do Gauss 1

Identidade Nacional

(João Zidane – Filosofia na Unifesp)

Esquindô, esquindô, segue a mulata sambando sob o som transcendental
Aparentando profunda hipnose, alegria, pois todo ano é carnaval.
Esquindô, esquindô, lá vem a mulata de muitas faces mostrando sua arte
E fazendo o que sabe bem
Porque onde existe alegria a tristeza não convém.
Esquindô, esquindô, é carnaval, é futebol
E sob efeito hipnótico todo sonho vira pó.
Esquindô, esquindô, a mulata dança conforme a música
É uma regra, é um jogo
É uma parte de um todo.
Esquindô, esquindô, e a mulata não dormiu
Sonhou um ano inteiro
E em quatro dias esse sonho fugiu.
Esquindô, esquindô, quando tudo acabou a mulata não chorou
Sabia que tinha que voltar para a realidade
Mas no fundo ela entendia que essa não existia de verdade.
Esquindô, esquindô, o show ainda não acabou
Esse ano ainda tem mais
Tem samba e futebolE a mulata se refaz.
Esquindô, esquindô, tudo aconteceu e ninguém viu
A mulata no sambódromo
O futebol é bola no pé
E assim se faz o Brasil.


Conflito

(João Gilberto – Professor de Filosofia, formado pela São Judas)

O político deu lugar ao pensante...
O racional deu lugar ao emocional...
O homem se dividiu em dois
E deixou a sociedade para depois!

E não adianta apenas criticar
Pois as palavras não vão mudar
O mundo que devemos construir
E toda a insensatez que devemos destruir.

E a liberdade deu lugar à introspecção;
E o sentimento tomou o lugar da razão;
E tudo deve estar em seu lugar...
Pois outra luta irá começar...

Cemaria, a nova Iracema

(Anderson Godoy – Letras na USP)


Perto, muito perto do pé daquela serra, Cemaria nasceu, onde o horizonte cinzento nunca desanuviava. Cemaria morava na desmatada ex-mata.
Cemaria que corria como ligeira cotia, ganhava vida de maneira sofrida. Nada de mel corria dos lábios de Cemaria. Cemaria corria para criar suas crias. Cemaria... Rodava bolsa de noite e lavava roupa de dia. Os pés grossos de Cemaria, que nunca viram sapatilha, andavam pelos campos de algodão... re-colhendo seus sonhos.

Rios de muitas vidas


(Daniel Moura – Psicologia na USF)


Numa folha qualquer eu desenho um rio que me leva. E me leva a flutuar. Vou indo sempre bem devagar no meu barquinho a velejar Com lindos peixes coloridos a me acompanhar E muitas flores, árvores e aves a me rodear. Muitas vezes as grandes cachoeiras fazem meu barco virar Nado contra a força dessas águas que tentaram me afogar. Penso que meu objetivo preciso alcançar e nado, luto. Resisto e de volta ao meu barquinho continuo a navegar Fico triste, com frio, não consigo respirar "Navegar é preciso". Minha vida não pode parar.

Anéis dourados


(Bruna Garcia – Letras na Unicamp)

O sol brilhava iluminando a grande fila de automóveis que se formava na Avenida Central da cidade. Dentro de um carro preto, uma pessoa angustiada e saturada tentava se acalmar ouvindo Marisa Monte enquanto uma aliança reluzia em seu dedo, talvez pedindo mais uma chance. Ao passar pelo semáforo e avistar outra certa aliança saindo do escritório, o pé calçado em uma belíssima sandália pisou no acelerador e as mãos de unhas compridas e vermelhas giraram o volante na direção da calçada, sem culpa, atingindo o causador de tanto sofrimento. Finalmente acabava, e o que restou da vida que levaram são apenas anéis dourados sem sentido.

Naquele dia, enquanto senhoras inglesas tomavam seus chás, a vida de uma mulher mudava totalmente.

Roubando, roubandinha

(Paloma Rodrigues – Fisioterapia na UNESP)


Roubando, roubandinha,
Vamos todos roubandar
Inventar uma mentira
Para o povo alegrar.
O voto que tu me destes
Era tolo e te ferrou
A palavra que eu tinha
Era pouca e se acabou.

Por isso, povo bobo,
Fique bem alienado
Assistindo à tua tv
Quietinho e sentado

Se você se revoltar,
nós vamos te excluir.
Pois só é bem sucedido
Quem aqui sabe mentir

Arquivo morto

(Beatriz Soares – Ed. Física na Unicamp)

Na correria do dia não fiz nada de concreto e à noite (entardecer da vida) restam-me as feridas provocadas pelo nada que fiz o dia todo. Ao amanhecer, novas perspectivas? Não, tenho as marcas, mas já cicatrizaram-se, para eu voltar à correria do meu dia. Que posso guardar na memória? Pois tanto me cansei, até ferido fiquei, e nada fiz que valesse ser lembrado. Chego a pensar que fui apenas peça fundamental num sistema, pronto, já posso ser arquivado.

Estação da vida

(Camila de Moraes – Matemática na USP)

Bem-vindo(a)! A entrada é por aqui. É preciso aguardar nove meses. Seu passaporte está pronto. Embarque na Estação da Vida! Quanta gente. Esta é a sua mãe, aquele é seu pai. O homem de branco que acendeu a luz. Atenção! Acuidade é necessária. Mundo novo à vista. Trabalho de parto foi a primeira conquista. Pessoas diferentes, estradas inconsequentes. Duas direções. Esquerda ou direita? Se fosse você não pensaria duas vezes. Planeta estranho. Ser mata ser da mesma espécie. Crueldade é o esquema da cidade. Pobre e rico. Opostos nem sempre se atraem. Se a cidade é bonita? Não importa. A essência da vida não é a beleza e sim quem faz. Somente a riqueza é movida por nós. Muitos carros na avenida, poluição no ar. O cotidiano na cidade parece nunca parar. A diplomacia do mundo não é mais aperto de mão. Os raios solares não iluminam a solução. A Lua só traz perdição. A paz emerge no exílio do coração. Guerras circulam em torno da razão. Ei, a saída é por aqui! A visita à Terra finalizou. Duração? Uma vida inteira. Experiências? Um prazer constante que levou à morte.

Panorama da Carreira - Engenharia de Produção, por Diego Ortiz

Diego Ortiz: Mais conhecido como “Uruguaio”, é um gauseano extrovertido e, como o próprio apelido revela, latinoamericano de raiz. Apesar de atualmente ser graduando em Economia na Unicamp, cursou 1 ano de Engenharia de Produção na Ufscar.

Panorama de Diego Ortiz

Em relação ao curso de Engenharia de Produção na Ufscar, posso dizer que é um dos melhores do país (junto com a Poli-USP), bem estruturado e com elevado conceito(inclusive internacional). Sobre a universidade, também digo que é uma das melhores do Brasil, cujos cursos estão entre os mais bem avaliados, mesmo que não seja tão conhecida pela gente. Quer dizer, acredito que esteja nos mesmos patamares da USP e Unicamp. Possui boa estrutura física (instalações, embora em alguns casos falte modernidade), com um grande campus  (pelo menos o de São Carlos), muito verde e com bom ambiente de estudo.
Com destaque, ainda, para os programas de ações afirmativas, como as cotas, a educação à distância e os vestibulares exclusivos (para indígenas, para assentados agrários, para exilados políticos, etc).

Prós:

- Maneiras distintas de enxergar a produção (do ponto de vista social, técnico, econômico, administrativo, etc.);
- O curso me ajudou a explorar minhas potencialidades na área de exatas;
- Os professores tinham ótima qualificação (todos doutores); 
- A Engenharia de Produção fornece uma visão geral dos problemas, atingindo todas as etapas de um processo ou ajudando a conhecer o problema como um todo, não apenas uma parte;
- O curso exige bastante pesquisa;
- A existência de empresas júnior e de grupo PET levam o aluno à prática dos conhecimentos auferidos. 

Contras:

- A ênfase no estudo e pesquisa para o "lucro", deixando de lado as questões humanas (típico de engenharia);
- O relativo preconceito dos meus colegas (que na maioria eram de classe alta) refletido na visão limitada de mundo
- Instalações um tanto limitadas (laboratórios).






Entrevista com o professor - Marcela Firens

Saiba mais sobre a graduação de nossa professora de Biologia



Gauss: Em qual universidade você estuda?
Marcela:
Já me formei. Estudei Ciências Biológicas (Biologia) na ESALQ - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"/USP, campus Piracicaba-SP.

G.: Quais suas impressões sobre seu curso e universidade?
M.: Biologia na ESALQ é um curso novo, eu entrei em 2003 e ele tinha apenas um ano de existência. Era um curso que eu sempre quis fazer, sem dúvidas, desde o ensino médio. A Universidade de São Paulo, no campus Piracicaba (ESALQ), tem uma estrutura ótima, mas quem pensa em fazer Biologia porque não passou em Medicina não se satisfará lá, pois na ESALQ a parte humana não possui prioridade de pesquisa.

G.: Quais coisas que valeram a pena no seu curso?
M.: Por ser uma Escola de Agricultura, os alunos de Biologia têm proximidade com os assuntos de agricultura e conservação na realidade e não só na teoria. Fora que a ESALQ é um centro de referência em ensino e pesquisa aplicada.

G.: Quais coisas que reprova no seu curso?
M.:
Muitos dos professores eram agrônomos, mas este não é o problema. O difícil era ouvi-los dar aula sem saber pra que curso era, sem se preparar. Mas depois de muito ouvirem reclamações dos alunos, eles se emendaram.

G.: Há benefícios estudantis na ESALQ, como apoio financeiro?
M.: Sim, bolsa alimentação, moradia estudantil, bolsa trabalho, muitos estágios.

G.: Como é a cidade onde morou na graduação?
M.: Era Piracicaba, uma cidade muito boa, universitária, bem aconchegante.

G.: Conte suas impressões sobre o cotidiano universitário (moradia, greves, alunos, professores, etc.)
M.: Participei de quase tudo isto, não por partidarismo, mas para saber da opinião de todos e mostrar a minha. Foi muito bom!

ESALQ - USP

G.: Por que cursar uma universidade pública?
M.: Porque ela ainda dá toda a infraestrutura de pesquisa e ensino melhor do que outras. Pelo menos na área de Biologia.









Vestibulares em Foco - Isenção de Taxa


A isenção de taxa permite que estudantes de baixa renda consigam realizar as provas dos principais vestibulares do país de graça ou pela metade do valor (a média de preço é de R$ 115,00 por processo seletivo). No entanto, para obter esse benefício é preciso estar atento às datas de inscrição para solicitar a gratuidade/desconto e ter em mãos todos os documentos que comprovem a situação financeira.
Ressaltamos que cada vestibular possui uma data específica para a solicitação de isenções, bem como exige documentos diferentes. Geralmente, o período em que mais abrem processos de isenção de taxa é entre abril e julho; entretanto, o ideal é consultar frequentemente sites de vestibulares para ter a certeza de não perder nenhum prazo – e nenhuma oportunidade.


Sites para consulta:

Calendário dos vestibulares - Vestibulares de Inverno 2012 e Vestibulares 2013


ESTADO DE SÃO PAULO:

Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) – Vestibular de Inverno

Inscrições: entre 16 de abril e 10 de maio.
Pedido de isenção (integral ou 50%): expirou
Prova da 1ª fase: 3 de junho (90 questões alternativas - elementos de língua portuguesa e literatura, língua inglesa, educação física, arte, história, geografia, filosofia, biologia, química, física e matemática).
Prova de 2ª fase: 23 e 24 de junho (36 questões discursivas e 1 redação).
Resultado final: 12 de julho.
Declaração de interesse por vaga: entre 13 e 15 de julho.

Obs.: A nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 ou 2011 poderá ser aproveitada no cálculo final da nota.

Vagas disponíveis:
Agronomia − integral − FE/Ilha Solteira − 40 vagas
Agronomia – integral – Registro – 40 vagas
Zootecnia – integral – Dracena – 40 vagas
Zootecnia − integral − FE/Ilha Solteira − 40 vagas
Engenharia Ambiental – integral − Sorocaba – 60 vagas
Engenharia Civil − integral − FE/Ilha Solteira − 40 vagas
Engenharia de Controle e Automação – integral – Sorocaba – 40 vagas
Engenharia de Produção − noturno − FE/Bauru − 40 vagas
Engenharia Elétrica − integral − FE/Ilha Solteira − 40 vagas
Engenharia Mecânica − integral − FE/Ilha Solteira − 40 vagas
Geografia – Bacharelado e Licenciatura – noturno – Ourinhos – 45 vagas

Unicamp

Isenção: de 23/04 a 31/05
Resultado da isenção: 17/08
Site:  www.comvest.unicamp.br
Período de inscrições: 20 de agosto a 14 de setembro de 2012
1ª fase: 11 de novembro de 2012
2ª fase: 13, 14 e 15 de janeiro de 2013
Resultados: 4 de fevereiro de 2013




Fuvest 
Período de inscrições: 24 de agosto a 10 de setembro de 2012
1ª fase: 25 de novembro de 2012
2ª fase: 6 a 8 de janeiro de 2013
Resultados: 2 de fevereiro de 2013

Unifesp
1º Prova - ENEM: data a ser divulgada pelo INEP/MEC
Provas de Conhecimentos Específicos: 13 e 14 de dezembro de 2012
Resultados: 30 de janeiro de 2013


OUTROS ESTADOS:

UEM (Universidade Estadual de Maringá) – Vestibular de inverno*
Inscrições: entre 02 e 25 de abril.
Site: www.vestibular.uem.br
*atenção: apesar de ser um vestibular de inverno, a matrícula só se efetivará em janeiro de 2013.

UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) – Vestibulares de Inverno e de 2013
Vestibular de inverno: Inscrição de 03 a 25/04 (a solicitação de isenção já expirou).
Vestibular 2013: Isenção de 13/06 a 15/06; Inscrição: de 03/07 a 25/07.
Site: www.vestibular.uerj.br

Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) – Vestibular 2013
Inscrições: até 06/10.
Isenção de Taxa: 29 e 30/08.
 

Quiz - Gauss

1- Por que o nome Gauss?

O nome do cursinho é uma homenagem ao matemático Gauss. A escolha foi fruto da paixão do fundador de nossa instituição (Chicão, formado em química) pelas exatas, mas a biografia de Gauss também pesou na balança na hora da decisão. Carl Friedrich Gauss era filho de camponeses pobres, porém encontrou apoio de sua mãe e de seu tio para estudar, apesar das objeções paternas. Posteriormente, foi incentivado por alguns mecenas e assim pode garantir a continuidade de sua aprendizagem. Trata-se de uma figura exemplar que prova que o sucesso nos estudos não pode (e não deve) estar preso à origem socioeconômica.

2- Quantos anos tem o cursinho?

Fundado em 1999, já estamos em nosso 13º ano de vida. O longo tempo de existência já permite o encontro de gerações diferentes – atualmente, há graduandos, graduados, mestrandos e mestres gauseanos nas universidades públicas!

Camiseta comemorativa dos 10 anos
3- O Gauss é uma ONG?

Não. O cursinho é, atualmente, um órgão de utilidade pública municipal. Veja a notícia em: http://www.atibaia.com.br/noticias/noticia.asp?numero=14704

4- Como funciona a administração do Gauss?

A administração é voluntária e conta com o trabalho de professores, alunos e ex-alunos. A diretoria oficial é constituída de presidente, tesoureiro, secretário, 3 conselheiros fiscais e vices. E por falar nisso, este é ano de eleição no Gauss – alguém se candidata?